sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um bom fim de semana...

Gafe emergente

Um jantarzinho básico para cinco pessoas no restaurante Nello's, de Nova York, pago pelo bilionário russo Roman Abramovich (o dono do Chelsea): US$ 47.221 - mais de R$ 62 mil. No cardápio, pratos simples da cozinha italiana de Madison Avenue - espaguete aos frutos do mar, rigatoni, presunto e mozzarella, aspargos e duas preparações mais caras com trufas - taggliolini e carpaccio. O que encareceu foram os vinhos. Sete garrafas, três do borgonha tinto La Tâche, duas de Pétrus e duas do champagne Crystal rosé, a US$ 5 mil por garrafa, total de US$ 35 mil. Detalhe: nada combina com nada do que eles comeram.

Página nova

Quem me pergunta é o sommelier do restaurante Quadrifoglio, Luís, conhecedor sutil e curioso: a clientela aos poucos se volta para os vinhos feitos de uvas nativas. Será? Luís detecta o movimento ainda no início. Ele observa que malbec, tempranillo, touriga nacional já não são um território exclusivo de conhecedores profundos, mas de consumidores. Até mesmo os brancos começam a ser mais frequentados. Os italianos saíram na frente. Esta semana provei um vermentino di sardegna da costa toscana feito pela casa Magliano. Achei o vinho fresco como a brisa do Mediterrâneo.

Mais combinações

O cordeiro deve ser sempre escoltado por um tinto do tipo bordeaux, mistura de cabernet-sauvignon e merlot? As aves e caças de pena ficam melhores ao lado de um borgonha tinto do tipo chambertin? Num mundo ideal, sim. Como dizia Hugh Johnson quando deu a receita do molho do coq au vin: uma garrafa de chambertin na panela, duas na mesa. Mas estamos longe do ideal. Cordeiro com vinho espanhol da Rioja, ótimo. Com vinho italiano também. E com carmenère chileno, idem. O que não se pode é tê-lo no prato - ou uma preparação de frango ou ave como o coq au vin - sem vinho. Aí não dá.

Clima no vinho

Os produtores da França já sabem há algum tempo e se organizam levando em conta a dura realidade da mudança do clima e do aquecimento global. Para os alemães, foi uma mudança para melhor em muitos casos. Para os franceses da Alsacia, um alerta: os vinhos estão alcoólicos demais. O Greenpeace divulgou: a região da Borgonha vai ser a mais afetada, porque lá podem surgir pragas na vinha. E em toda a parte a gradação de álcool vem subindo. Justamente quando uma pesquisa na Inglaterra mostra que 42% dos consumidores comprariam vinho de teores mais baixos que 10 por cento...

O guru ganhou

Existe uma personalidade no mundo do vinho mais cultuada que as demais, porque é um expert e está há mais de 50 anos no circuito: Michael Broadbent, leiloeiro, colunista, colecionador, assessor de grandes casas de Bordeaux. Foi nesta qualificação que ele avalizou três garrafas de Chateau Lafite 1787 supostamente vendidas da coleção do ex-presidente e fundador da república Thomas Jefferson. O intermediário da venda (recorde da casa de leilões Christie's) foi o alemão Hardy Rodenstock, condenado por fraude. Michael Broadbent ganhou a ação contra os que o acusaram.

Renato Machado

começou a carreira jornalística no rádio, em 1967. Foi repórter da BBC e do Jornal do Brasil e correspondente da TV Globo em Londres. Apresentou o Jornal da Globo, o Fantástico e o Jornal Nacional e, desde 1996, é editor-chefe e apresentador do Bom Dia Brasil. Autor dos livros "Em volta da mesa" e "O assunto é vinho", este em parceria com Carlos Alberto Sardenberg, foi premiado pelo governo francês, em 2005, com o "Troféu do Espírito Alimentar" pela realização de documentários sobre vinhos na França. É titular de uma coluna mensal sobre vinhos, na revista Prezeres da Mesa, desde setembro de 2008.
Grande dica do meu Amigo; MARCELO MENDONÇA.'.
AMICI DI SINUE IMPORTADORA DE VINHOS.
Gerson SilvaPersonal Wine
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