Gafe emergente
Um jantarzinho básico para cinco pessoas no restaurante Nello's, de Nova York, pago pelo bilionário russo Roman Abramovich (o dono do Chelsea): US$ 47.221 - mais de R$ 62 mil. No cardápio, pratos simples da cozinha italiana de Madison Avenue - espaguete aos frutos do mar, rigatoni, presunto e mozzarella, aspargos e duas preparações mais caras com trufas - taggliolini e carpaccio. O que encareceu foram os vinhos. Sete garrafas, três do borgonha tinto La Tâche, duas de Pétrus e duas do champagne Crystal rosé, a US$ 5 mil por garrafa, total de US$ 35 mil. Detalhe: nada combina com nada do que eles comeram.
Página nova
Quem me pergunta é o sommelier do restaurante Quadrifoglio, Luís, conhecedor sutil e curioso: a clientela aos poucos se volta para os vinhos feitos de uvas nativas. Será? Luís detecta o movimento ainda no início. Ele observa que malbec, tempranillo, touriga nacional já não são um território exclusivo de conhecedores profundos, mas de consumidores. Até mesmo os brancos começam a ser mais frequentados. Os italianos saíram na frente. Esta semana provei um vermentino di sardegna da costa toscana feito pela casa Magliano. Achei o vinho fresco como a brisa do Mediterrâneo.
Mais combinações
O cordeiro deve ser sempre escoltado por um tinto do tipo bordeaux, mistura de cabernet-sauvignon e merlot? As aves e caças de pena ficam melhores ao lado de um borgonha tinto do tipo chambertin? Num mundo ideal, sim. Como dizia Hugh Johnson quando deu a receita do molho do coq au vin: uma garrafa de chambertin na panela, duas na mesa. Mas estamos longe do ideal. Cordeiro com vinho espanhol da Rioja, ótimo. Com vinho italiano também. E com carmenère chileno, idem. O que não se pode é tê-lo no prato - ou uma preparação de frango ou ave como o coq au vin - sem vinho. Aí não dá.
Clima no vinho
Os produtores da França já sabem há algum tempo e se organizam levando em conta a dura realidade da mudança do clima e do aquecimento global. Para os alemães, foi uma mudança para melhor em muitos casos. Para os franceses da Alsacia, um alerta: os vinhos estão alcoólicos demais. O Greenpeace divulgou: a região da Borgonha vai ser a mais afetada, porque lá podem surgir pragas na vinha. E em toda a parte a gradação de álcool vem subindo. Justamente quando uma pesquisa na Inglaterra mostra que 42% dos consumidores comprariam vinho de teores mais baixos que 10 por cento...
O guru ganhou
Existe uma personalidade no mundo do vinho mais cultuada que as demais, porque é um expert e está há mais de 50 anos no circuito: Michael Broadbent, leiloeiro, colunista, colecionador, assessor de grandes casas de Bordeaux. Foi nesta qualificação que ele avalizou três garrafas de Chateau Lafite 1787 supostamente vendidas da coleção do ex-presidente e fundador da república Thomas Jefferson. O intermediário da venda (recorde da casa de leilões Christie's) foi o alemão Hardy Rodenstock, condenado por fraude. Michael Broadbent ganhou a ação contra os que o acusaram.
Renato Machado
começou a carreira jornalística no rádio, em 1967. Foi repórter da BBC e do Jornal do Brasil e correspondente da TV Globo em Londres. Apresentou o Jornal da Globo, o Fantástico e o Jornal Nacional e, desde 1996, é editor-chefe e apresentador do Bom Dia Brasil. Autor dos livros "Em volta da mesa" e "O assunto é vinho", este em parceria com Carlos Alberto Sardenberg, foi premiado pelo governo francês, em 2005, com o "Troféu do Espírito Alimentar" pela realização de documentários sobre vinhos na França. É titular de uma coluna mensal sobre vinhos, na revista Prezeres da Mesa, desde setembro de 2008.
Grande dica do meu Amigo; MARCELO MENDONÇA.'.
AMICI DI SINUE IMPORTADORA DE VINHOS.
Gerson SilvaPersonal Wine
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